domingo, 4 de setembro de 2011

América-MG 4 x 1 Vasco


"O que é que vou dizer lá em casa, Cristóvão?"

Algumas notas sobre o jogo:

É curioso ver como o mesmo torcedor que pediu, se mobilizou e até campanha fez para Dedé ser convocado agora reclama de Mano Menezes por levá-lo à Londres. Será que não previam que com o zagueiro-mito vestindo a amarelinha iríamos ficar desfalcados várias vezes durante a temporada? O fato é que se somarmos a isso a saída inesperada de Anderson Martins a nossa zaga dos sonhos se transformou numa zaga medíocre. Não vou nem pegar muito no pé de Renato Silva e Victor Ramos (por mais que mereçam) porque o time do Vasco se acostumou com uma dupla de zagueiros fortíssima lá atrás, segurando as possíveis falhas do sistema defensivo e se esqueceu que com zagueiros medianos por ali, qualquer erro pode ser fatal.

Foi bonito também ver o apoio que a torcida vinha dando a Cristóvão Borges, simbolo da continuidade do trabalho de Ricardo Gomes. Será que vai continuar dando esse apoio agora? A verdade é que dificilmente o auxiliar, recém promovido a técnico, terá bagagem para segurar a pressão de dirigir um time gigante, sem contar com a natural desconfiança da torcida, que vai criticar sem dó o menor erro dele. Não dá para por essa derrota totalmente na conta do novo treinador mas é fato que pelo menos na hora das substituições ele errou feio. Tirou Diego Souza que era quem mais criava no apático time do Vasco e Juninho que, mesmo sem apresentar um grande futebol sempre poderia decidir numa bola parada ou num cruzamento para colocar um cabeça de área num time que precisava reverter o placar. Depois dessas mudanças o time terminou de se perder em campo e não criou mais nada.

Mantenho minha posição quanto ao comando técnico do Vasco. Não há necessidade de desespero, de colocar qualquer um no comando do time só pra tapar buraco (ventilar que Renato Gaúcho ou Joel Santana interessam ao Vasco é sacanagem) e o mínimo que podemos fazer em respeito a Ricardo Gomes é esperar que seu estado clínico se resolva antes de fazermos qualquer coisa, mas é consenso comum que dificilmente nosso treinador campeão do Brasil voltará a trabalhar nos gramados e precisamos nos precaver para o pior. Não dá pra esperar que o time vá se sair bem num campeonato difícil como a Libertadores com um técnico que acaba de estrear na função, nem muito menos com um grupo apenas movido pela motivação de ganhar em nome do comandante convalecido. Não há pressa, mas já é preciso pensar nessa transição forçada de comando, até para que seja feita com sabedoria.

O Vasco perdeu nessa rodada pontos irrecuperáveis e se viu com os problemas que já citei e com os quais provavelmente conviverá por grande parte do campeonato, mas também não é que já esteja tudo perdido. O Vasco jogou hoje com um apatia pouco comum e que espero não ver já no próximo jogo, além de muito desfalcado. Fora isso, os outros times na briga também tem mostrado oscilações. Ainda estamos na briga, ainda dá pra levar essa taça, só ficou um pouco mais complicado.