quinta-feira, 28 de abril de 2011

Separando os homens das crianças



Sim, ele voltou! Mas eu acho que você já tava sabendo, né?





Família Vascaína, me ausentei por um tempo desse espaço porque já estava cansado de comentar jogos do nosso Gigante contra meros sparrings. Não ouso dizer que o Vasco já está pronto mas chegamos num estágio em que jogar contra times menores não acrescenta mais nada, é hora de pegar os grandes, passar dessa última etapa que separa os medíocres dos campeões.

Temos no Brasil a maior pré-temporada do mundo e a prova disso é que só quando maio começar passaremos a ter jogos realmente decisivos. Deu pro Vasco começar o ano todo errado, perceber a merda, mudar tudo e acertar o prumo sem causar nenhum estrago maior. Daqui pra frente, não. A partir de agora qualquer vacilo será sentido até o final do ano. Carrego comigo a impressão que, nessa realidade de 'pre-temporada' hipertrofiada, nosso comandante Ricardo está agindo bem. Reclamamos muito por ele manter o Diego Souza até o final das partidas, colocar o Leandro em campo em jogos que pediam por outros jogadores, jogar com um elenco ofensivo mas pouco combativo porque a gente que é torcedor quer sempre ganhar cada jogo da melhor maneira possível mas o francês está vendo mais longe. Está fazendo o que se deve fazer numa pré-temporada, preparando um ELENCO. A gente pode jogar com um Diego pregado em campo contra o Olaria, vai deixar o jogo mais complicado, mas dá pra encarar. E com isso vamos preparando o jogador pra render quando ele realmente for necessário (eu ainda sou cético em relação ao DS10, mas você entendeu o meu ponto), podemos jogar com o Felipe morto nos últimos 20 minutos agora se isso significar que ele vai chegar inteiro quando a temporada ferver. Pode dar mais experiência para jogadores como Rômulo e Fellipe Bastos e deixar o mais que rodado Eduardo Costa no banco. Porque o Ricardo tava pensando em vencer até agora mas ele sabe que é bem mais importante vencer daqui pra frente.

Eu não posso garantir que o Ricardo Gomes fez o que fez até agora com esse pensamento, mas torço muito para que tenha sido isso porque assim ele já se diferenciaria da grande maioria dos técnicos brasileiros, que encaram esses estaduais cheios de timecos da mesma maneira que encaram o Brasileirão, quando são realidades completamente diferentes. Pode ser o diferencial que nos fará chegar no nosso lugar de direito, e a notícia de que os treinos do resto da semana serão fechados é mais um indicativo dessa tese. A época dos testes acabou, agora o Ricardo está pensando no melhor Vasco possível. Ele já sabe que pode contar com Fellipe Bastos e o Rômulo se for preciso mas agora deve voltar com Eduardo Costa fechando mais o meio. Diego Souza já teve todas as oportunidades para se adaptar ao Vasco e no domingo, se não melhorar seu desempenho, sairá no meio do jogo, sou capaz de apostar. Agora é decisão, é matar ou morrer a cada jogo, até o final do ano, e é hora do Vasco mostrar que tem garrafa vazia para vender.

E não há timing mais perfeito do que justamente na semana que marca o início dos jogos de verdade para o Vasco o nosso clube anunciar oficialmente o retorno de um ídolo de verdade para nossa casa. QUE BAITA CONTRATAÇÃO É A VOLTA DO JUNINHO. Digo, sem medo de errar, que é a maior contratação do Vasco nos últimos tempos, independente do que ele vai render em campo. Não é só a volta de um jogador identificado com o Vasco, idolatrado pela torcida, símbolo de uma era vitoriosa do Vasco. É a volta de um baita ser-humano, correto, profissional, carismático. É um cara que vai fazer bem pro elenco, um baita exemplo pr'aquela garotada. E vai ser um baita reforço pra a nossa imagem! Que bom ver nosso clube se desvencilhar daquela imagem grossa, arrogante, mal-educada e prepotente que o Eurico tatuou no Vasco fazendo dele um dos clubes com maior rejeição no país e se aproximar de uma imagem de educação, de serenidade, de respeito - e também vitoriosa, não vamos esquecer - graças a pessoas como Roberto, Ricardo Gomes, Rodrigo Caetano e agora Juninho.

Torço muito para que Juninho dê em campo o retorno que a torcida espera dele, que comande o nosso meio, que continue fazendo os golaços de falta que o consagraram e que mostre preparo para jogar até os quarenta anos no Vasco. Mas esta será a menor contribuição que ele dará para nossa instituição, tenham certeza. Bem-vindo de volta, Juninho! Que fique conosco por muitos anos! E que um dia eu possa ter o prazer de poder te chamar também de meu presidente!



domingo, 10 de abril de 2011

Vasco 2 x 1 Cabofriense

Alguém lá no site do Vasco acabou de aprender a mexer no Photoshop




Existem muitas semelhanças nos últimos três jogos do Vasco. Foram três partidas em casa, contra três times de menor investimento e em todas elas o caminho ficou mais livre com a expulsão de um jogador adversário no meio do jogo. Apesar disso só em uma dessas três partidas (4x0 contra o Bangu) a vida do Vasco foi fácil. Se com tanta coisa a seu favor o Vasco penou para vencer o que esperar desse time em condições mais adversas? Dá para se empolgar? Talvez não. Mas também não há motivo para desespero.

A maior qualidade do Vasco nessas partidas foi o volume de jogo. Como eu já disse por aqui, temos volantes e zagueiros que ao invés de só marcar gostam e sabem sair para o jogo, nosso quarteto ofensivo tem qualidade e nossos laterais gostam de subir para o ataque. É esse volume que faz o adversário ter que se desdobrar na marcação, acabar cometendo mais faltas e assim levar mais cartões e, consequentemente, ter jogadores expulsos (percebam que os três vermelhos nessas partidas foram por acumulo de cartão). As expulsões não foram presentes divinos ou parte de esquemas conspiratórios, são consequência do jogo do Vasco. Se continuarmos com essa pegada, mais delas virão.

Esse volume de jogo também acarreta em muitas finalizações a gol mas não necessariamente em gols marcados e aí surge a primeira dificuldade do Vasco. Num primeiro momento podemos exaltar a qualidade do goleiro adversário ou então lamentar a falta de sorte do nosso ataque mas depois de tantas chances desperdiçadas (devemos ter chegado a umas 50 finalizações na soma dos dois últimos jogos) percebe-se que há algo mais aí. É falta de qualidade e/ou tranquilidade dos nossos jogadores e temos que resolver isso logo pois em jogos mais complicados não teremos tantas chances de empurrar a bola para dentro. Além disso vimos nesses jogos que mesmo com o Vasco atacando tanto e com a equipe adversária em desvantagem numérica uma boa parte do jogo ainda assim nossos oponentes conseguiram chegar com perigo a nossa meta em uma quantidade bem acima do desejável. Estamos sofrendo com nossa defesa não só por falta de qualidade (Fellipe Bastos é pouco combativo, Allan joga fora de posição e Ramon está em péssima fase) mas também por falta de arrumação (falhas na cobertura, erros de posicionamento). Talvez Eduardo Costa seja o jogador capaz de não só resolver o problema da pegada no meio-campo como também, por sua idade e sua experiência, ser uma espécie de xerife no setor defensivo mas como só o teremos de volta, com sorte, nas semi-finais da Taça Rio, algo tem que ser visto em relação a isso.

Outro problema que vejo é o retorno que os nossos dois medalhões recém-contratados têm dado em campo. Diego Souza e Alecsandro têm grife, são sonhos antigos da diretoria e com certeza vão continuar sendo escalados como titulares mas precisam se readaptar e voltar a jogar bem rapidamente. Atualmente eles têm sido muito pouco vistos em campo e são facilmente anulados, sobrecarregando o resto do setor ofensivo.

Ou seja, o Vasco tem qualidade, vem mostrando evolução mas ainda apresenta problemas graves e que precisam ser consertados rapidamente. Quarta-feira já teremos um jogo decisivo, o mais decisivo até agora na temporada, e qualquer erro pode custar caro. Jogar contra o Náutico no Aflitos costuma ser complicado, tenso, truncado e não podemos vacilar. Não vou poder assistir ao jogo porque vou estar no show do U2 (ganhei o ingresso e portanto não dá nem para reclamar) mas se quando sair do Morumbi descobrir que foi um 0x0 chato, amarrado e que fica tudo aberto para ser decidido aqui no Rio, darei pulos de alegria. Até lá, serei só nervosismo.

Boa sorte para nós, amigos!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Vasco 2 x 1 ABC



O responsável pela classificação do Vasco está nessa foto e não é o rapaz sem camisa...




Antes de mais nada gostaria de me desculpar com meus poucos leitores por não ter feito nenhum comentário sobre o jogo contra o Bangu. Mas é que o Vasco apresentou naquela partida os mesmos erros e acertos dos últimos jogos e achei que ficar apontando-os novamente seria redundante e chato. A verdade é que a equipe do Vasco ainda está em formação e por isso apresenta várias falhas. Algumas vezes, seja pelo estilo de jogo do adversário, pelo valor individual de algum jogador ou até mesmo circunstâncias da partida, o jogo vai encaixar e ser fácil, como no domingo. Em outros dias vai dar tudo errado, como foi o caso de ontem.

Pra resumir a equipe do Vasco em uma frase, é um time com vocação ofensiva mas que não sabe como atacar. Temos laterais que marcam mal, zagueiros que gostam de subir para o ataque e um meio-campo que, principalmente com a saída de Eduardo Costa, tem muito pouca combatividade (se eu fosse Ricardo Gomes já ia preparando o time com Jumar no meio porque se enfrentarmos times com mais volume ofensivo com a atual escalação, teremos problemas). Já no ataque, tirando Felipe que ainda procura destribuir o jogo, só temos jogadores que buscam a jogada individual e que sempre vão encontrar dificuldade contra defesas mais bem postadas. Some-se a isso o nervosismo natural de uma equipe que tem que buscar o resultado e temos todos os ingredientes para o drama.

O ABC tem um time bem arrumado e bom para anular o jogo do Vasco. Tem uma defesa bem fechada que o Vasco com suas jogadas individuais não conseguia penetrar. O resultado disso foi um time tentando muitos chutes de fora da área, nunca com perigo. E o contra-ataque do time potiguar era rápido, causando vários problemas para a fragilizada defesa do time e rendendo inclusive o gol que só deixou as coisas mais complicadas. Apesar disso o Vasco conseguiu criar muitas jogadas de ataque e não dá para aceitar que perca tantos gols na cara, o futebol costumar cobrar caro por esse tipo de coisa.

Felizmente, no início do segundo tempo, uma só jogada fez toda perspectiva do jogo melhorar. Ramon, talvez o pior jogador do Vasco em campo, conseguiu com um mergulho tão patético quanto a sua atuação não só a marcação do pênalti que nos traria o empate como a expulsão do zagueiro adversário, clareando bastante o horizonte. Pensei que a partir dali o jogo ficaria fácil, mas que nada, ainda tivemos dificuldade em conseguir o segundo gol, o que me faz ter certeza de que, sem a ajuda do juíz, não teriamos conseguido passar por essa.

No meio de tudo isso, muitas atuações individuais abaixo da média. Nossos laterais foram fracos, Diego Souza não conseguiu mostrar nada em campo mais uma vez e Alecsandro continuou apagado em campo com o agravante de ter ainda ter desperdiçado as poucas chances que apareceram, centro-avantes que se prezem não podem se dar esse luxo. De positivo a atuação do Éder Luís que, apesar de muito individualista está melhorando de produção e a entrada de Bernardo, bom décimo-segundo jogador, enquanto a paciência de Ricardo Gomes e da torcida com Diego Souza não se esgota.