quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Crise de concentração


Juninho faz cara de concentrado.





Salve, irmãos de Cruz! Resolvi dar uma ressuscitada no blog para fazer um post curto, dando a minha opinião sobre a """crise""" vascaína! #todoscomemora!

Pois bem, hoje tem jogo do Vasco e - em represália aos salários atrasados - os jogadores do Vasco decidiram não concentrar. A imprensa está aproveitando pra cair em cima do caso, vendendo esse comportamento dos jogadores como um ato extremo de um grupo já sem paciência com a falta de dinheiro. Posso estar sendo ingenuo mas acho que o buraco não é tão embaixo e jogadores não estão em rota de colisão como se propaga por aí, mas sim se aproveitando de uma situação para reivindicar algo que há muito aspiram, o fim da concentração. Viagem minha? Bem, deixem-me tentar defender meu ponto de vista através de algumas evidências...

Evidência #1 - Os jogadores não gostam de concentração - Quem acompanhou o longo namoro do Vasco para repatriar Juninho para São Januário pôde ler várias entrevistas do reizinho em que deixava claro que um dos motivos que o faziam não querer voltar para o futebol brasileiro eram as concentrações. Houve até um tempo em que considerou-se que no seu contrato com o clube o jogador seria liberado de se concentrar. Felipe é outro que, sempre que é entrevistado, aponta a concentração como ponto negativo na rotina do jogador de futebol. E, finalmente, Alecsandro disse - semana passada quando começou a circular essa história do time não se concentrar - que o time se concentraria pro jogo sim, mas que a questão do fim da concentração poderia ser considerado de forma definitiva, e não como forma de retaliação.

Evidência #2 - Os jogadores têm evitado polemizar. Quem acompanha futebol há um tempo sabe que jogador, quando está insatisfeito, deixa transparecer esse sentimento. Se pegar um jogador como o Felipe então, o cara é claro com um copo de cristal quando se trata de mostrar que está puto. Semana passada, quando começou a pipocar essa história da greve dos jogadores eu fiquei realmente preocupado até ouvir a entrevista do nosso maestro. Totalmente conciliador, Felipe foi tranquilo, mostrou entender o lado da diretoria e garantiu o empenho do grupo, jogando um balde de água fria no pessoal que queria ver o clima em São Januário pegar fogo. Reparem como o Felipe responde até hoje sobre a questão do afastamento dele do grupo, no começo do ano passado, e vocês vão ver como ele responde a uma questão que realmente o incomoda.

Evidência #3 - A diretoria do Vasco vê com maus olhos essa história de acabar com a concentração. No começo dessa semana, com o problema do atraso de salários não resolvido, os jogadores finalmente conseguiram impor sua ideia de não se concentrar. Foi a vez então de Daniel Dantas vir a público dizer que era contra a estratégia, mas que iria acatar a decisão do grupo. Ora, se até nesse momento frágil a diretoria faz questão de se opor ao fim da concentração reivindicado pelos jogadores, está claro que trata-se de um assunto tabu no meio.

Conclusão - Acredito que o fim da concentração seja um desejo antigo dos jogadores (principalmente os líderes) do Vasco e que a reivindicação para que ela acabe agora seja visto muito mais como uma oportunidade de impor sua vontade do que como uma retaliação pelo atraso dos salários. A declaração do Daniel Dantas mostra também que será uma batalha bem complicada de ser vencida pelos jogadores. Acho, inclusive, que o nosso novo diretor de futebol ter dito na imprensa que a decisão de não se concentrar foi dos jogadores e que ele é contra a ideia foi o grande erro da direção do Vasco até agora (fora o erro primordial de não ter pago os salários ainda, óbvio), porque, além de passar a imagem de que jogadores e diretoria estão rachados, ainda expõe o elenco vascaíno em caso de algum revés em campo. Revés que não acredito que vá acontecer. Esse grupo do Vasco vai quer, mais do que nunca, provar que o fim da concentração só faz bem pro futebol... Quer prova melhor do que uma goleada diante do Bangu? ;)