quarta-feira, 30 de março de 2011

ABC 0 x 0 VASCO



"Compra uma bola pra você que essa eu vou levar pra casa, parceiro"



Eu já tinha alertado no último post e também mais cedo no twitter a importância que o Felipe tem no atual time do Vasco por ser o único jogador no elenco que sabe cadenciar o jogo no meio-campo, fazer a bola rodar e com isso deixar o time inteiro jogando melhor. Agora temos essa partida de ida na segunda fase da Copa do Brasil para comprovar de vez isso.

O que vimos nesse jogo foi um Vasco sem meio-campo. Bernardo e Diego Souza, seguindo suas características, conduziam demais a bola, sempre buscando concluir a gol. A bola só chegava nos atacantes em ligações diretas da defesa ou se os mesmos voltassem para buscar a bola e nesse caso eles faziam a mesma coisa que nossos meias-ofensivos, saiam conduzindo a pelota em busca de uma finalização. Buscar a jogada individual é algo que poderia dar certo se nossos jogadores estivessem em um bom dia ou se tivessemos um juíz mais disposto a apitar faltas, mas como nenhuma das duas coisas aconteceu a maioria das jogadas do Vasco terminou em péssimas conclusões ou com os jogadores vascaínos estatelados no chão. A partir do meio do primeiro tempo a coisa complicou ainda mais com a contusão de Eduardo Costa, que deu lugar a Fellipe Bastos. Com Rômulo recuado para primeiro volante, onde rende bem menos, e Bastos enfraquecendo defensivamente o setor, o ABC, que já vinha explorando os buracos deixados pelos nossos laterais reservas, cresceu no jogo que se tornou aberto para os dois lados, mas sem grandes chances para nenhuma das equipes, já sugerindo que o placar iria terminar sem altererações.

No seu primeiro jogo como titular nosso novo centro-avante Alecsandro teve uma participação discretíssima, como não poderia deixar de ser. O rendimento de um matador está intrinsecamente ligado a quantidade e qualidade das bolas com que é municiado e com cada um no time querendo uma bola pra si é óbvio que ele iria ficar isolado. É um começo tímido para um jogador em quem eu deposito muita esperança mas é preciso vê-lo atuar com um meio-campo mais passador como o Felipe ou com laterais mais ofensivos como Ramon e Fágner antes de sentenciar qualquer coisa.

Por falar em conclusões precipitadas passei o jogo acompanhando as reações da torcida vascaína no Twitter e fiquei impressionado com a impaciência da mesma com o nosso time. Acho que ninguém ficou satisfeito com o que viu hoje mas sair atacando a tudo e a todos não me parece a decisão mais acertada. Não custa nada lembrar que o Vasco é um time ainda em formação, que se viu obrigado a reformular o grupo depois do ano começado (do nosso quadrado ofensivo nesse jogo, por exemplo, apenas Éder Luís participou da pré-temporada), Diego Souza está apenas no seu terceiro jogo, Alecsandro jogou sua primeira partida como titular e o nosso treinador ainda está conhecendo o grupo. Além disso jogamos desfalcados de nossos dois laterais, sem o nosso principal jogador no momento e praticamente o jogo inteiro sem Eduardo Costa, único volante mais marcador atualmente no elenco. Sem contar que foi UM jogo ruim, então é meio cedo para querer por tudo abaixo, não é mesmo?

Concordo com quem reclamou da demora de Ricardo Gomes em mexer no time, mas olhando para as opções no banco não dá tanto para criticá-lo. Ou alguém aí achava que Enrico, um jogador com as mesmas características de Bernardo e Diego Souza mas sem o talento, iria resolver o jogo? Por que deveríamos concluir que a bola que não estava chegando para o Alecsandro ia passar a chegar para o Élton? Leandro? Alguém que viu ele jogar nas últimas partidas pode ter a confiança de que ele era a solução? É verdade que se o que viamos em campo não estava funcionando a melhor coisa a fazer era procurar dar uma mexida no time, mas não considerei isso um grande erro do nosso treinador, não.

Fora isso, o que me tem surpreendido é como a torcida pegou Rômulo e Fernando Prass para Cristo. Nenhum dos dois tem tido um desempenho tão abaixo da média para tamanha perseguição, sendo que o Prass, inclusive, fez uma bela defesa no jogo de hoje, evitando um gol que complicaria ainda mais a nossa vida no jogo da volta. Mas, mais do que isso, tendo o Vasco passado os últimos três jogos sem sofrer gols e os dois últimos sem marcá-los, por que ao final do jogo a torcida acha que dois jogadores defensivos são os responsáveis pelos maus resultados?!

Enfim... implicâncias a parte o Vasco tem agora aproximadamente um mês pela frente sem grandes confrontos para azeitar melhor esse time antes das finais do Estadual e do afunilamento da Copa do Brasil, quando o destino desse semestre estará em jogo. É tempo suficiente para estarmos preparados, mas se a torcida continuar impaciente, pode acabar atrapalhando nesse processo.


segunda-feira, 28 de março de 2011

VASCO 0 x 0 Fluminense

Quer entender, Diegão? O sobrevasco te explica...




O clássico contra o Fluminense serviu para ratificar o que o clássico contra o Botafogo já vinha mostrando... o Vasco evoluiu bastante desde a chegada de Ricardo Gomes e está aos poucos se transformando num time competitivo e já é, para mim, candidato real ao título carioca.


Se por conta do esquema retranqueiro do Botafogo eu evitei ser conclusivo a respeito da defesa vascaína, após enfrentar o Fluminense de Fred, Conca e companhia, já dá para afirmar com mais propriedade que estamos com um sistema defensivo bem bom. É triste perceber que a saída de Dedé no meio do ano fica cada dia mais concreta porque a sua parceria com Anderson Martins na dupla de zaga poderia fazer história, são dois grandes zagueiros. O resto da defesa também está fazendo sua parte e é por isso que acho injustas as críticas que estão sendo feitas tanto ao Rômulo quanto ao Fernando Prass. Rômulo está muito bem nessa temporada e quem o critica está só com a lembrança de alguns jogos desastrados que o volante fez ano passado, sem perceber a evolução do jogador. Já as críticas a Prass, são fruto de uma avaliação exagerada que a torcida fez do goleiro em outros tempos. Nosso camisa 1 nunca foi esse jogador acima da média, mas, com a ajuda do resto da defesa, vem fazendo bem o seu trabalho e não há porque pegar no pé dele agora.


O setor ofensivo já não se comportou tão bem. Deu para perceber que Bernardo recebeu um pito do Ricardo Gomes porque soltou bem mais a bola nesse jogo, talvez até demais, podia ter arriscado mais jogadas individuais. Mas continuou bem nas conclusões e só não saiu com mais um gol na artilharia devido a grande defesa do goleiro adversário. Diego Souza, que já estava sem ritmo de jogo e ainda passou a semana as voltas com uma gripe se mostrou bem fora de forma. Em quatro ou cinco jogadas deu para perceber o atacante fazendo a jogada certa para pegar a bola na frente mas depois simplesmente não conseguir chegar na bola. E com o passar do jogo sua deficiência física só fez piorar. No ataque, Éder Luís continuou apagado e perdendo gols feitos e só mesmo a jogada em que pegou a bola no meio-campo, passou por três adversários até concluir com uma pancada que estourou no travessão serviu de alento para o torcedor de que um dos nossos melhores jogadores na última temporada possa estar voltando a velha forma. Fora isso, nossos laterais reservas se contentaram em compor o setor defensivo e foram tímidos no apoio ao ataque que teve como grande destaque mesmo Felipe. Como está jogando nosso velho ídolo! Só a meia dúzia de enfiadas de bola que ele dá por jogo, deixando nossos atacantes na cara do gol, já justificaria sua escalação mas ele está indo além disso e dirigindo completamente o meio-campo vascaíno, justificando a alcunha de maestro. Nosso time está ficando completamente dependente de sua atuação para jogar bem e a queda de rendimento quando ele cansa e acaba saindo do jogo é o principal problema que nosso comandante tem que resolver no momento.


Aliás, a saída do Felipe contribuiu para a queda de rendimento do time no segundo tempo mas não dá para dizer que foi só isso. Nossos suplentes entraram muito mal no jogo e desse jeito vão continuar mesmo no banco de reservas. Vou dar um desconto para o Alecsandro que chegou no clube essa semana e ainda precisa de tempo para se ambientar mas a sua estreia foi pífia. Mas difícil de defender foram as atuações de Jeferson e Leandro, que não apresentaram nada. Com o qualificação do elenco do Vasco, se não agarrarem essas oportunidades que aparecem, vão começar a perder espaço.


No final, não dá para reclamar do resultado, que nos manteve na liderança do grupo. Agora temos cerca de um mês para acertar ainda mais a equipe – e ganhar os jogos que faltam porque, pelamordedeus, chega de perder ponto para pequenos – e entrar nas semi-finais do turno na ponta dos cascos e então, partir para buscar o título que sua torcida tantao almeja.

domingo, 20 de março de 2011

Vasco 2 x 0 Botafogo

Ricardo Gomes e o problema que todo técnico gosta de ter.



O tempo passa, o tempo voa, e o papai Joel continua o mesmo, armando suas super-retrancas, se contentando em passar o ferrolho lá atrás e torcendo pro gol sair de algum jeito lá na frente. Não dá pra dizer que é uma filosofia ineficiente, o Natalino tem alguns títulos no seu currículo para contestar isso, e sua tática poderia ter dado certo mais uma vez nesse domingo se a arbitragem tivesse errado e confirmado o gol de Herrera, mas, valha-me Deus, como é chato! É complicado para um torcedor ver seu time ficar nas cordas o tempo todo, torcendo para que em algum momento consiga acertar o queixo de vidro do adversário e virar a situação. É por isso que torcida nenhuma consegue ficar de bem com Joel Santana por muito tempo.

Diante desse panorama fica até difícil de analisar o primeiro tempo do Vasco. Teve um amplo domínio de bola, mas foi muito porque o Botafogo deu campo pra ele. Teve poucos riscos na defesa, mas foi porque o Botafogo, com três volantes em campo, estava mesmo mais preocupado em defender. Por esse panorama dá até para dizer que foi o time de General Severiano que saiu vencedor no primeiro tempo, já que este saiu do jeito que ele queria, bem truncado, com poucas chances para os dois lados.

Pelo lado do Vasco a grande polêmica durante a semana foi como Ricardo Gomes iria armar o time para a entrada de Diego Souza. No primeiro dia de treinamento já começou a ser ventilada a possibilidade do time jogar com apenas um volante no meio, completando o setor com Bernardo, Felipe e Diego. A idéia de deixar ainda mais frágil defensivamente uma equipe que já vinha enfrentando problemas na marcação logo num clássico me parecia absurda mas foi tão treinada no transcorrer da semana que acabei temendo pelo pior. Felizmente não foi isso que se viu quando o time entrou em campo e Ricardo acabou mostrando uma escalação mais conservadora, com Élton saindo para a entrada de Diego Souza. Ficou então a dúvida se tanto treinamento com a armação ofensiva foi feito só para despistar o adversário ou se já era um ensaio para um possível abafa no final do jogo, caso a defesa do Botafogo permanecesse impenetrável. Talvez Ricardo Gomes já estivesse pensando em deixar o time assim ao vê-lo sem grandes chances de gol, quando o estreante da noite, até então discreto, aproveitou para mostrar suas qualidades - calma e habilidade aliadas a uma garra que o faz acreditar em todas as jogadas - e num erro da zaga adversária abrir o placar. A partir daí ficou fácil, o Botafogo teve que se abrir para buscar o empate e o Vasco soube administrar bem o jogo, conseguindo até ampliar o placar depois com Éder Luís. Findado o jogo a pergunta passou então a ser, agora que arrumaram um lugar pro Diego Souza, onde encaixar o último reforço do elenco, Alecsandro?

Analisando a atuação do time hoje dá pra se ter algumas pistas. A defesa se comportou bem, se Ramon não voltou a fazer uma atuação daquelas que o fez cair nos braços da torcida pelo menos já conseguiu aparecer com algum destaque no apoio e não comprometer na defesa. Allan, mesmo meio torto por jogar improvisado na lateral-direita foi bem tanto no apoio quanto na defesa e mesmo saindo do time para a volta do titular Fágner mostrou que dá pra contar com ele por ali quando precisar. Eduardo Costa e Rômulo foram bem na proteção e ajudaram a melhor parte da nossa defesa, o trio Prass-Dedé-Anderson, a ter um jogo sem dificuldades. Acho difícil do francês mexer nessa parte do time e a ideia de um Vasco com um meio-campo super-ofensivo vai acabar mesmo relegada para aqueles finais de jogo onde tem que se partir para o tudo ou nada. Não há dúvida então, com a entrada de Alecsandro, é alguém da frente que vai sair.

Achei engraçado, durante a transmissão do jogo no Premiere, ouvir o Luís Carlos Jr. perguntar para o Lédio Carmona qual das três estrelas do meio-campo teria que sair do time. Felipe é um ídolo desde outras eras e Diego veio com status de craque mas, peraí, já estamos colocando o Bernardo no nível deles dois?! Tudo bem, o começo do garoto no Vasco foi mesmo digno de nota mas vamos um pouco mais devagar com esse andor... durante a semana, ao ver que o precoce craque apareceu com um novo penteado eu já tuítei que ele estava ficando mascarado e nesse jogo deu para confirmar. Ele abusou do individualismo culminando com um contra-ataque onde, ao invés de tocar para o Ramon que vinha entrando livríssimo pela esquerda da grande área preferiu concluir a gol. Foi substituído logo depois do lance, em uma clara mensagem de Ricardo Gomes de que não é por aí que a banda toca. Também fiquei surpreso com a resposta de Lédio Carmona, dizendo que deve sobrar mesmo para Bernardo ou para Felipe e que ele, particularmente, preferia que saísse o último. Felipe tem feito excelentes apresentações, comandado o meio-campo e é um jogador de habilidades inquestionáveis... não dá para mandar ele pro banco e deixar em campo alguém que, por mais que esteja bem, ainda é uma promessa. Mas não é nem por isso que acho que ele tem que continuar no time. Bernardo e Diego Souza têm estilos parecidos, ambos são mais individualistas, gostam de pegar a bola e partir pra dentro, um meio-campo com os dois vai ficar muito preso. É preciso um Felipe no meio, distribuindo a bola, tocando de primeira, fazendo lançamentos, para deixar o time do Vasco mais dinâmico. Se me consultassem, era o Bernardo mesmo quem iria para o banco, pra pensar um pouco a vida e voltar depois mais humilde para o time. Além disso, não causaria muitas mudanças no esquema tático, que continuaria a ser um 4-4-2. Mas se saísse o Éder Luís também não iria reclamar, não. Nosso camisa sete continua devendo nessa temporada e nem o golaço dele limpou sua barra comigo nesse jogo.

Mas enfim, acho que é isso... Alecsandro deve entrar no time já no próximo domingo e para mim são Bernardo e Éder Luís que estão no paredão para dar a vaga para ele. Por não mudar o esquema tático, por ser mais antigo e prestigiado no grupo e até pelo golaço contra o Botafogo, eu acho que por enquanto é o Éder que continua no time. Mas é bom ele abrir o olho e melhorar seu futebol por que senão é capaz de perder a titularidade para o próprio Bernardo, um Bernardo com a bola mais baixa e com a consciência de que pode até ser bom de bola mas ainda está longe de ser um dos astros da companhia.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Madureira 2 x 4 Vasco da Gama

Ah, Madureira! Por que trocastes teu tão garboso e tradicional uniforme tricolor por essa coisa amarela?




Durante todo o jogo contra o Madureira, mesmo quando o Vasco estava na frente do placar, observava-se o desconforto de nosso técnico à beira do campo e o motivo era óbvio, a defesa vascaína que, completamente perdida, deixava o adversário chegar com perigo ao ataque em quase todo lance. Se na parte ofensiva vamos acertando cada vez mais, lá na cozinha o negócio não se endireita e parece que só mesmo quando o time marca em cima, na saída de bola do adversário, consegue ter mais controle do jogo. Com ninguém tem fôlego pra fazer isso o tempo todo, na maior parte da partida temos que aturar o sufoco na nossa área.

Nesse domingo ainda tinhamos a desculpa do Cesinha, que substituiu Anderson Martins, suspenso. Quem acompanhou o Vasco ano passado sabe que tanto Cesinha quanto Dedé gostam de jogar pelo lado direito, que ambos se complicam pela esquerda e que eles são uma dupla de zaga que simplesmente não dá liga, não pode atuar junta! Não acho Cesinha um mal zagueiro, já o vi fazendo boas atuações mas simplesmente não dá para ele jogar do lado do Dedé. Para mim a solução é simples, Cesinha é o reserva imediato do Dedé. Se o nosso mito da camisa vinte e seis estiver contundido, suspenso ou tiver ido visitar a vó, Cesinha entra no seu lugar, sem discussão. Se não, amigo, não deixa o garoto nem no banco. Ouviu bem, Ricardo Gomes?

Ontem o francês começou o jogo colocando Cesinha para atuar no lado esquerdo mas o garoto foi tão mal que no intervalo trocou de posição com Dedé, mudança que não surtiu muito efeito. Dava até para sacramentá-lo como pior jogador vascaíno em campo, não fosse a partida pífia de Ramon. Parece que nosso lateral-esquerdo ainda estava cumprindo suspensão, tamanho o seu sumiço em campo. Quando aparecia era para fazer besteira, levou um verdadeiro baile de Valdir, o lateral direito do tradicional tricolor suburbano. Dedé também me pareceu perdido no meio de tanta zorra. É como se ele, já ciente que seus companheiros de zaga seriam facilmente batidos, quisesse cobrir todos os espaços, coisa que nem um jogador com dois metros de perna como ele consegue. No lado direito Fágner continuou mostrando o seu futebol modelo 2011, com muita vontade mas pouca inspiração. Não chegou a comprometer lá atrás, salvou até um gol em cima da linha, e se apresentou bastante na frente, mas sem conseguir encaixar uma jogadinha que valesse o registro. Isso posto, acabou que quem mais se destacou na defesa foi mesmo Fernando Prass que, não entendo por que, vem sendo acusado de estar em má fase. Não acho Prass essa coca-cola toda que, durante um bom tempo, a torcida chegou a acreditar que fosse mas é um bom goleiro e não vi nenhum erro comprometedor dele nessa última partida.

Do meio pra frente o negócio melhora. Eduardo Costa teve uma partida em que, se não chegou a se destacar, também não comprometeu e me agradou a atuação do Rômulo, que fez um bom combate no meio e se apresentou bem no ataque. A torcida pega no pé do garoto mas tenho visto uma evolução nele, acho que ainda pode agradar bastante. Caso contrário, há sempre a opção de Fellipe Bastos, um pouco menos eficiente na marcação mas muito bom no apoio, como mostrou ontem, quando entrou em campo.

No nosso meio ofensivo, a melhor notícia. Felipe se sente cada vez mais a vontade no comando do time, deixou de ser aquele jogador individualista e driblador, que muitos ainda têm na memória para ser um grande distribuidor do jogo vascaíno. É de seus lançamentos e passes de primeira que constumam vir as jogadas diferenciadas que acabam por criar as oportunidades de gol do Vasco. Infelizmente já não é nenhum garoto, cansa no transcorrer dos jogos e, com sua queda de produção, o time inteiro cai com ele. E ele está se entendendo bem com Bernardo, a nova coqueluche vascaína, a grande surpresa da temporada. Bernardo vem se mostrando um jogador muito habilidoso e abusado, veloz e bom finalizador. Seu estilo encaixa bem como o de Felipe. Enquanto um cadencia o jogo, o outro põe velocidade. Se um destribui a bola, o outro tenta as jogadas individuais... é uma dupla que promete.

Na frente Élton já mostrou que é, no mínimo, melhor que Marcel. Nosso novo camisa nove se movimenta, busca jogadas e - pode não ser nenhum grande mérito - dá pra dizer que é o melhor centro-avante que passou por São Januário na administração Roberto Dinamite. O problema atualmente talvez seja justamente a lacuna que se abriu nesse tempo em que ele ficou longe da Colina Histórica. Parece que o time aprendeu a jogar sem aquele referência na área, perdeu a confiança em buscar o finalizador para dar cabo a jogada, quem chega perto da área quer logo bater pro gol. Deu pena de ver o Élton sempre de braços abertos, pedindo a bola, enquanto seus companheiros buscavam o gol por conta própria. Éder Luís talvez tenha sido o maior exemplo disso e por um motivo bem claro, ele sabe que está devendo nessa temporada e tenta a todo custo achar um gol que o coloque novamente nos trilhos, mas tá lastimável. Perdeu uma penca de oportunidades, pelo menos dois gols feitos, o segundo deles pouco antes do Madureira empatar em 2x2, resultado que poderia ter complicado bastante nossa vida no campeonato.

Mas como é pra frente que se anda, o que esperar agora desse time para o clássico contra o Botafogo? Anderson Martins volta ao time, o que já é um alento, e Jumar deve entrar no lugar do suspenso Fágner (me recuso a crer que Ricardo Gomes realmente considere lançar um junior fora de posição logo num clássico, por que não dizer, decisivo para o time), o que deve ajudar no setor defensivo. O problema fica sendo mesmo o lado esquerdo onde Ramon precisa recuperar rapidamente seu futebol, além de ser o lado pelo qual Bernardo desce para compor a defesa (de maneira bem menos eficiente que Rômulo, que tende a cair pela direita). Ofensivamente acredito que a escalação continuará a mesma, com Ricardo Gomes aproveitando a boa fase de seus meias para ir integrando lentamente Diego Souza ao time. Para esse próximo jogo eu aposto em nosso camisa dez entrando no meio do segundo tempo, muito provavelmente no lugar de Felipe, que já deverá estar cansado por essa hora. Mais pra frente na competição o francês terá que tomar a decisão de quem deve sair para o maior reforço da temporada entrar, se vai sacar um dos dois maiores destaques do time nos últimos jogos ou se vai mudar o esquema tático para aproveitar todo mundo (sacando, por exemplo, o Éder Luís, desejo de nove em cada dez vascaínos), mas isso é assunto para outro post...

quarta-feira, 9 de março de 2011

Vasco da Gama 4 x 2 Duque de Caxias


Um cara que passa a ser chamado de 'mito' só por segurar a onda lá atrás, se começar a também resolver na frente vai ser chamado de que?



Nota rapidinha na madrugada só pra não deixar o "jogo da virada" passar em branco.

O que eu vi de positivo:
- Felipe está a cada dia mais solto no comando do Vasco;
- Bernardo está se mostrando um ótimo meia! Do jeito que a coisa vai o Jefferson pode desistir daquele plano de conseguir seu espaço no Vasco;
- Dedé e Anderson Martins formam a melhor dupla de zaga do futebol Carioca.

O que eu vi de negativo:
- Nosso meio-campo está muito pouco combativo, nem a entrada de um volante mais marcador como o Eduardo Costa resolveu a situação. A facilidade para se avançar pela intermediária é muito grande, assim nem a melhor zaga do mundo seguraria o rojão lá atrás!
- Parabéns para o Fágner! Sempre aparecendo na frente e criando jogadas! Pena que o aproveitamento delas é baixíssimo... sempre quer dar um drible a mais e nem saindo debaixo das traves dez vezes por jogo o rapaz aprende a chutar direito pro gol.
- Cadê o nosso Éder Luiz do ano passado? Já voltou pro Benfica? Com a bola que vem mostrando não dou três jogos para ele ir esquentar o banco pro Leandro.


E que venha o Madureira!

quinta-feira, 3 de março de 2011

COMEÇAR DE NOVO...

CARLOS ALBERTO MODELO 2011




Nosso Vasco começou o ano tão mal, mas tão mal que teve direito até a fazer segunda época em pré-temporada. E bom menino que é, se esforçou pra mostrar que aprendeu a lição. Mas aprendeu mesmo? Bem, isso a gente vai começar a saber agora, com o início da Taça Rio.

A mudança foi tão grande que parece mesmo que o ano só começa agora. Em Janeiro tinhamos um elenco em que do time titular de 2010 apenas Rafael Carioca foi embora e os únicos reforços de nome que vieram foram Eduardo Costa e Marcel. Em fevereiro já tinha ocorrido mudança de comando, com a saída de PC Gusmão e a chegada de Ricardo Gomes, a saída de duas estrelas do elenco, Zé Roberto e Carlos Alberto, e agora vemos a chegada de dois rostos conhecidos, Leandro e Diego Souza, além de outros reforços menos cotados como o argentino Leandro Chaparro e o meia Bernardo.

É um recomeço mesmo. E o que deu pra ver nos amistosos até agora foi um time aguerrido e goleador. Eu já esperava uma melhora de produção, sempre que o elenco derruba um técnico é a mesma história, os jogadores se desdobram pra mostrar que o problema já foi embora, mas ainda assim, a volúpia desse pessoal surpreendeu a todo mundo. Justifiquem o quanto quiserem mas um nove a zero vai continuar sendo um nove a zero e isso não é placar que se vê todo dia.

Muito se fala da fragilidade dos adversários do Vasco mas os jogos sob o comando do Ricardo Gomes (3x0 Americano, 9x0 América e 6x1 Comercial) serviram não só pra mostrar que quando joga com vontade o time tem potencial como para dar uma carga extra de confiança no elenco e principalmente na torcida. Ainda é cedo para dizer se esse time vai mesmo dar liga e para avaliar o trabalho de Ricardo Gomes no comando do Vasco, mas o início é promissor. O que podemos fazer agora é dar uma olhada nos reforços que vieram e tentar projetar o que pode vir por aí... vamos lá?

Vamos começar então por Diego Souza, a maior das contratações da nova safra. Acho impressionante como após toda a confusão que houve com Carlos Alberto a diretoria vascaína tenha ido atrás de um jogador que se comporte de maneira tão parecida com ele. Diego Souza é inegavelmente habilidoso mas é mimado, encrenqueiro, perde rapidamente a motivação e quando isso acontece costuma desaparecer em campo. Deve dar certo no começo quando estará motivado por voltar a sua cidade natal, ser a estrela do time e ter esperanças de voltar a ser convocado para a seleção brasileira. Mas e quanto todo esse entusiasmo passar? Isso é o que mais me preocupa, principalmente ao saber que o contrato com o nosso novo camisa dez é de quatro anos. Como diria o poeta, isso prova que na diretoria do Vasco a esperança venceu a experiência...ou então a cúpula que comanda o Vasco simplesmente achou que, pesado os prós e os contras, a passagem de CA19 pelo Vasco foi boa e vale tentar algo semelhante novamente. Eu particularmente acho que se a vinda de Carlos Alberto valeu por ter ocorrido num momento de fragilidade que o clube atravessava, quando ninguém mais queria assumir o fardo de jogar uma segunda divisão e a torcida precisava de alguém pra chamar de ídolo, na situação bem mais tranquila que o Vasco se encontra agora, esse risco era desnecessário.

Mas se isso tudo for apenas um trauma bobo desse vascaíno que vos fala e o rapaz comer a bola, obviamente que ele vai agregar muito valor ao time. A principal qualidade que ele vai trazer é esse talento para bater na bola de onde estiver e vindo ela como vier e ainda assim mandar um tijolaço pro gol. Num time que tem dificuldade de dar bons chutes isso pode fazer toda a diferença.

Outro reforço conhecido do torcedor foi o meia-atacante Leandro, que já jogou no São Paulo, no Fluminense e estava atualmente enconstado no Grêmio. Leandro me parece um jogador razoável, que se entrega em campo e que pode ajudar. Exatamente o que eu esperava de Éder Luís ano passado, quando ele me surpreendeu e acabou sendo um dos maiores destaques do Vasco na temporada. Como os dois tem um estilo de jogo muito parecido e, pelo que se escuta por aí, Leandro teria vindo mesmo para cobrir a inevitável saída do nosso Éder no meio do ano, só resta torcer para que a minha surpresa com ele seja a mesma, não é? Mas vale dizer que, ao contrário de Éder Luís, Leandro vem de um bom tempo parado e sua adaptação não deve ser tão rápida.

Quem também chegou há pouco de fora foi o meia Bernardo, emprestado pelo Cruzeiro e que jogou ano passado pelo Goiás, onde foi destaque. Parece ser um bom cobrador de faltas, o que é outra deficiência do nosso time e, apesar de nunca ter visto ele jogar, as referências são boas.

Além dele, Leandro Chaparro também vem para lutar por uma vaga no meio. O armador argentino é jovem e parece ser mais uma daquelas apostas que os clubes brasileiros tem tentado ultimamente de encontrar o próximo Conca ou Montillo. Se formos mirar pelos últimos gringos do Vasco o seu destino não será dos melhores... nenhum chegou a jogar duas partidas pelo clube e o que melhor se destacou - e único que continua no elenco - é o Irrazabal, que tem que dar graças a Deus se conseguir pegar um banco nas partidas. E a disputa ali no meio não será fácil... é o setor que mais conta com jogadores no elenco e a chegada de Chaparro e Bernardo talvez sinalizem uma falta de confiança numa estabilidade de Felipe e Diego Souza, virtuais titulares, entre os onze que irão pra campo.

Além desses se fala muito também na vinda de Alecsandro para suprir o setor mais carente do time, como homem de área, mas com os entraves que o Internacional tem colocado a nossa diretoria resolveu por a negociação em modo de espera, numa esperança de que os atuais centro-avantes que já estão em São Januário dêem conta do recado. Alecsandro não chega a ser um jogador que me encha os olhos, mas diante das opções que temos atualmente e com a falta que um finalizador tem feito ao Vasco, acho que a vinda dele cairia como uma luva.

Nessa sexta já temos mais um desafio onde o time vai ter que mostrar que não deixa a peteca cair. Um pouco mais pra frente os reforços devem começar a entrar no time e com as finais da Taça Rio e o afunilamento da Copa do Brasil já vamos poder saber com mais propriedade se temos garrafa vazia pra vender. Mas a gente vai se falando até lá.