domingo, 15 de maio de 2011

VASCO 1 x 1 Atlético-PR

"Será que tem lugar pra mim na patota do Gomes?"


Técnicos de futebol costumam optar por duas escolas distintas quando se trata de administrar seu elenco de jogadores. Existe o treinador que escala seu time por posições, com cada comandado brigando por um lugar específico em campo, sem espaços para improvisação. São treinadores como o Dunga da Copa do Mundo de 2010 ou o Celso Roth do Vasco de 2006, que se recusava a escalar Andrade no time por ele ser o reserva de Perdigão, por mais que o outro volante em campo fosse Roberto Lopes (peço perdão aos irmãos vascaínos por trazer de volta à lembrança esse terrível jogador). A outra escola de pensamento prefere eleger os melhores jogadores reservas e, quando algum titular não puder jogar, tentar encaixá-los no time do jeito que for. Pelo tempo de Ricardo Gomes que temos já podemos afirmar sem medo que ele abraça essa segunda filosofia.

Para o jogo decisivo dessa quarta-de-final da Copa do Brasil, com a suspensão de Alecsandro, nosso treinador acabou optando pelo décimo segundo jogador do time, Bernardo, em detrimento do reserva natural da posição, Élton. Não dava para criticar muito a escolha. Bernardo é mesmo o jogador mais habilidoso entre os nossos suplentes e se considerarmos que o Atlético Paranaense viria para São Januário precisando buscar o resultado, contar com um jogador mais veloz para puxar os contra-ataques poderia ser uma boa opção. Mesmo quem defendia a entrada de Élton não se zangou muito com a escolha. Porém, com pouco tempo de jogo, já dava para perceber que essa formação apresentava vários problemas. Pra começo de conversa, escalando Bernardo, Ricardo Gomes empurra Diego Souza para frente, para ocupar a posição de centro-avante. É mais uma mexida que tem fundamento na teoria, já que Diego é um jogador de força e com boa finalização, mas que não se confirma na prática, como já pudemos comprovar à exaustão. Nosso camisa 10 não rende por ali, fica perdido, some do jogo e nós ficamos com menos um jogador. Não bastasse isso, o Furacão, apesar de precisar da vitória para se classificar, entrou em campo chamando o Vasco para o jogo e deixando para sair só na boa, numa formação mais fácil de ser penetrada com um centro-avante de ofício. O árbitro também não ajudou apitando "à européia", deixando o jogo correr e só marcando faltas em caso ippons inquestionáveis, o que atrapalha o jogo dos nossos atletas chama-falta Bernardo e Éder Luís, que nunca se esforçam muito para ficar de pé (Por que será que boleiro não percebe o estilo do árbitro e se adapta ele? Se o apitador tá deixando o jogo solto, chega mais junto quando estiver defendendo, tenta ficar de pé quando está atacando, ao invés de ficar no chão com os braços abertos!). Some-se a isso o dia ruim do Felipe e o que tivemos foi um Vasco que até tinha mais a posse de bola, mas sem transformar isso em muitas chances reais de gol (problema crônico do time há algum tempo) e um Atlético que pouco chegava ao ataque, mas sempre apresentava perigo.

Ainda bem que Ricardo Gomes percebeu tudo isso e, sabendo que tentar segurar o empate era arriscado demais, soltou o time no segundo tempo. Finalmente colocou Élton no lugar de Diego Souza e logo em seguida substituiu Allan por Fágner, dando mais ofensividade à lateral direita, mas o resultado das mexidas não foi imediato. Élton, até por saber que não faz parte da lista de queridinhos do treinador e que por isso precisa agarrar com unhas e dentes cada oportunidade, entrou muito nervoso em campo. Meteu uma mão ridicula na bola, fez faltas nos adversários tentando alcançar bolas pra lá de perdidas, um verdadeiro desastre.O gol do Vasco se recusava a acontecer e quando aos 29 minutos o CAP encontrou seu tento, temi pelo pior. A partir daí veio à tona outro grande problema desse time, a falta de experiência, e o time se desesperou. Antes mesmo da nova saída Fernando Prass já brigava com o adversário para pegar a bola no fundo das redes e com o jogo de novo valendo vimos o time irritadiço e nervoso, o que nunca ajuda quando se tem 15 minutos para fazer um gol. Sorte que logo a estrela de Ricardo Gomes brilhou e, graças aos dois jogadores que ele pôs em campo, o Vasco chegou ao empate. Um cruzamento de Fágner na cabeça de Élton pôs o Vasco novamente se classificando para as semi-finais e a partir daí a preocupação foi só esperar a partida se encerrar.

Jogo tenso, bem mais nervoso do que precisava ser, mas que no fim nos levou a fase semi-final da competição. A questão passa a ser como se portar daqui para frente. Não há muito o que inventar, é seguir com o time que temos e torcer para que nos próximos jogos o entrosamento e a experiência dêem mais qualidade ao time. Eu desistiria de vez de testar Diego Souza como centro-avante e deixaria ele no meio mesmo, arrancando de trás, que foi como ele jogou na sua melhor partida pelo Vasco, no jogo lá em Curitiba. No meio eu escalaria Eduardo Costa (pro próximo jogo não dá, está suspenso, mas depois deste) e Rômulo para fechar mais a defesa, com Fágner voltando para a direita, com liberdade para apoiar. Meu medo maior fica sendo a nossa torcida que, depois da eliminação de outros times tradicionais pelo caminho e com a confirmação de que Coritiba, Ceará e Avaí são nossos adversários na luta pelo caneco, começou com discursos de que o título agora é obrigação, de que a Copa já está ganha. A euforia é natural mas temo que o excesso de confiança se transforme em falta de apoio ou até vaias, semana que vem, se o jogo contra o Avaí se apresentar mais complicado do que muitos esperam. Foco, galera! Estamos próximos de um título depois de muito tempo, é agora que não dá pra vacilar... HASTA LA VITÓRIA!

Nenhum comentário:

Postar um comentário